Os olhos são as janelas da alma – William Shakespeare
Quatro dos principais sentidos, a visão, o olfato, a audição e o gosto se concentram na cabeça, assim como o sistema neurosensorial. Devemos comparar esse sistema a um espelho para tentarmos compreender seu funcionamento. O espelho, existe com a finalidade de nos fornecer uma imagem do mundo, a mais nítida, clara e melhor possível. É pela nitidez da imagem que avaliamos a qualidade do espelho.
Os olhos, porém, não se limitam a ver a concretude do mundo moderno. Ele apresenta outras dimensões que a oftalmologia moderna muitas vezes não abarca. A visão é talvez um dos nossos processos mais dinâmicos e imaginamos os olhos como possuidores de uma única função: a faculdade de ver.
Eles, se fazem instrumentos maravilhosos para exame e compreensão do universo e também, como principais fontes de contato social e auto-expressão Os olhos, à medida que sutilmente interagem e se sincronizam com outros olhos, procedem ao controle da linguagem da comunicação.A mensagem não é comunicada apenas pela troca verbal, mas também pela fluidez que ocorre entre os dois pares de olhos permitindo que a comunicação se estabeleça e o que se sente seja expresso.
São espelhos da nossa saúde geral e emocional, assim como indicadores precisos de nossas maneiras de pensar e interpretar.
“… O Olho se torna, assim, espelho vivo de nossa alma e concentra, na face, a mímica, como em dois pontos focais. Nos olhos do ser humano, é sua própria alma que nos mira e pode nos revelar sua intimidade, pureza inocente e amor tranqüilo, ou sua comoção, em lágrimas de dor ou de alegria”. (BÜHLER)
Enxergamos através da luz que penetra nos nossos olhos e estimula nosso cérebro. Há uma estreita correlação entre visão e funcionamento cerebral. Aquilo que conseguimos ver do ambiente exterior tem relação com o que vemos de nosso interior, entre o universo que chamamos consciente e o inconsciente. Assim, podemos considerar a visão como um dos elos que nos liga à natureza, conexão neurológica concluída por hipótese no final do séc. XIX e comprovada no início dos anos 70.
A ciência estabeleceu que a LUZ que penetra no olho serve tanto para funções visuais, quanto para as não visuais. Essa descoberta comprovou cientificamente, que as civilizações antigas já sabiam sobre a LUZ, isto é, sua rota de entrada no corpo e alguns de seus efeitos principais nos seus centros reguladores. Desse modo, a LUZ estimula os principais centros de controle do organismo através do Sistema Nervoso e do Sistema Endócrino, sistemas esses que mantêm nossos corpos em equilíbrio.
“O Olho deve sua existência à LUZ. De órgãos animais a ela indiferentes, a LUZ produz um órgão que se torna seu semelhante. Assim o olho se forma na LUZ e para a LUZ, afim de que a LUZ interna venha de encontro à LUZ externa”. (GOETHE)
A ciência moderna começa a considerar os olhos como possíveis “passagens” para a mente e assim, para alguns estudiosos, pode haver uma correlação significativa existente entre a “visão” do olho da mente e os padrões de visão correspondentes do olho físico.
“… cada um de nós vê o mundo com os olhos que tem, e os olhos vêem o que querem, os olhos fazem a diversidade do mundo e fabricam as maravilhas, ainda que sejam de pedra, e altas proas, ainda que sejam de ilusão”. (SARAMAGO)
A saúde ocular e a oftalmologia baseiam- se na promoção da saúde ocular e na prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças oculares. Inclui – se os procedimentos oftalmológicos realizados em consultório como a avaliação da acuidade visual e da motricidade ocular extrínseca, a biomicroscopia e tonometria de aplanação,a avaliação do fundo de olho e refração entre outros exames.A complementação diagnóstica pode ser feita através de exames laboratoriais, de imagem, etc… Por meio da medicina antroposófica, ampliamos as possibilidades em todos esses níveis buscando entender o que está por trás das manifestações oculares e sistêmicas, seja nos aspectos orgânicos, vitais ou emocionais. Para tanto, busca- se compreender a biografia do ser através da sua história de vida, seus hábitos, das relações pessoais, familiares e sociais, além dos seus valores e expectativas.
A terapêutica baseia-se tanto em medicamentos que a Natureza oferece (reino mineral, vegetal e animal), dinamizados ou não, integrados aos medicamentos alopáticos sintéticos quando necessários, como na indicação de exercícios ortópticos, de terapias como a Euritmia, além da indicação de procedimentos cirúrgicos.