Do artigo do Dr. Bernardo Kaliks publicado no site: https://abmasp.com.br/a-arte-da-cura/
A Medicina Antroposófica é uma ampliação da Medicina Acadêmica. Esta baseia-se nos métodos das ciências naturais, que nos permitem penetrar em todos os detalhes da natureza física ou corporal do organismo humano. A Medicina Antroposófica distingue, além da organização puramente física do homem, outras três organizações:
Tal como a Medicina Acadêmica, que se baseia no método das ciências naturais, a Medicina Antroposófica baseia-se no mesmo método para o conhecimento do homem físico; mas para o conhecimento das organizações vital, anímica e espiritual, baseia-se no método da Ciência Espiritual ou Antroposofia, fundada na Europa por Rudolf Steiner, no começo deste século.
De acordo com esse método de pesquisa ampliada, temos quatro estruturas essenciais que constituem a entidade humana:
Essas quatro organizações agrupam-se reciprocamente em três formas diferentes no organismo humano, surgindo assim uma estrutura funcional e anatômica de constituição tríplice:
A relação recíproca desses três sistemas muda durante a vida do ser humano, de idade para idade, vinculando-se com essa mudança biológica às mudanças que acontecem psicológica e espiritualmente no desenvolvimento normal das pessoas.
Um transtorno nesta transformação através do tempo leva a um desequilíbrio na relação recíproca desses três sistemas e esta é a causa primária das doenças. O Sistema Neuro-sensorial é, em termos de multiplicação celular e regeneração de tecidos, biologicamente muito pobre quando comparado com os órgãos do Sistema Metabólico: e esta é a situação normal dele. Quando no Sistema Metabólico se repete a situação normal para o Sistema Neuro-sensorial, surgem as doenças degenerativas e, em geral, as doenças de evolução crônica; quando ocorre o contrário, quer dizer, o normal para o Sistema Metabólico aparece no Sistema Neuro-sensorial ou órgãos vizinhos, temos aí o fundamento das doenças inflamatórias, agudas.
Vamos tomar alguns exemplos para ilustrar melhor.
Nas doenças esclerosantes, doenças degenerativas, crônicas, os tecidos perdem a sua elasticidade, desidratam-se, a respiração celular diminui, o tecido normal para o órgão afetado desaparece lentamente sendo substituído por tecido desvitalizado, fibroso. Isto acontece nas nossas artérias, na arteriosclerose; no fígado, na hepatite crônica ou na cirrose hepática; nas nossas articulações, na artrose ou na artrite reumatóide. Em todas estas doenças encontramos em atividade o princípio biológico próprio do Sistema Neuro-sensorial, mas em forma exagerada e em regiões onde normalmente esse princípio atua com pouca intensidade.
Nas doenças inflamatórias, achamos o contrário: podemos considerar como fisiologicamente inflamados, com intensos processos de regeneração e multiplicação celular, tecidos como o sangue, o intestino (vilosidades intestinais), o fígado. Quando esses processos normais acontecem em regiões onde existe maior repouso biológico, surgem as doenças que chamamos de inflamações, como piodermite, pneumonia, meningite, pielonefrite, etc.
A metodologia própria da Medicina Antroposófica permite pesquisar os reinos da natureza à procura de medicamentos para as doenças, e a mesma metodologia tem levado ao desenvolvimento de procedimento farmacêutico próprio para a fabricação desses medicamentos.
Os medicamentos próprios desta forma de Medicina são tomados dos três reinos da natureza: mineral, vegetal e animal, e suas indicações e mecanismos de atuação são conhecidos através do método de pesquisa de Antroposofia.
A terapêutica da Medicina Antroposófica vai bem além do uso de medicamentos. A partir dela, têm-se desenvolvido outros recursos com indicações específicas e diferenciadas, como:
Esta Medicina surgiu na Europa e lá se encontra muito difundida nos seguintes países: Alemanha, Suíça, Holanda, Itália, Suécia, França, como também em outros países da Europa e em outros continentes.
Referências: (Editora Antroposófica):