Jesus de Nazaré andara um longo caminho até o Jordão. Na Galileia de dois mil anos atrás, o caminho de um iniciado passava por vários graus de conhecimento e purificação. O homem que se apresentou para ser batizado por João, não só cumprira todas as condições, como dele emanava tal força que fez João, inicialmente, recuar. Um diante do outro, de ambos,emanava a espécie de reconhecimento que pode impregnar o encontro humano com uma qualidade evolutiva.
Ao cumprir a sua profecia e batizar Jesus, João lega à humanidade a poderosa imagem do Novo Homem, aquele que alcançou toda a sua grandeza, que se desenvolveu a partir das próprias forças.
A jornada do Eu no decurso do ano
As festividades, independente da diversidade cultural, são patrimônio da humanidade. Elas comemoram a harmonia que existe entre o universo, a terra e o ser humano. Elas celebram o espirito solar como uma força viva que atua na formação da comunidade humana. Elas reforçam a identidade individual, para que cada um, com a força pessoal intensificada, possa seguir adiante na caminhada solitária, reconectado com o sentido e propósito de sua existência.
A pedagogia Waldorf, as denomina de “épocas do ano” e as relaciona com quatro qualidades espirituais, rituais de passagem do desenvolvimento da criança, associados aos grandes eventos da biografia da humanidade descritos nos livros sagrados.
Jesus de Nazaré andara um longo caminho até o Jordão. Na Galileia de dois mil anos atrás, o caminho de um iniciado passava por vários graus de conhecimento e purificação. O homem que se apresentou para ser batizado por João, não só cumprira todas as condições, como dele emanava tal força que fez João, inicialmente, recuar.
Um diante do outro, de ambos,emanava a espécie de reconhecimento que pode impregnar o encontro humano com uma qualidade evolutiva.
Ao cumprir a sua profecia e batizar Jesus, João lega à humanidade a poderosa imagem do Novo Homem, aquele que alcançou toda a sua grandeza, que se desenvolveu a partir das próprias forças.
A jornada do Eu no decurso do ano
As festividades, independente da diversidade cultural, são patrimônio da humanidade. Elas comemoram a harmonia que existe entre o universo, a terra e o ser humano. Elas celebram o espirito solar como uma força viva que atua na formação da comunidade humana. Elas reforçam a identidade individual, para que cada um, com a força pessoal intensificada, possa seguir adiante na caminhada solitária, reconectado com o sentido e propósito de sua existência.
A pedagogia Waldorf, as denomina de “épocas do ano” e as relaciona com quatro qualidades espirituais, rituais de passagem do desenvolvimento da criança, associados aos grandes eventos da biografia da humanidade descritos nos livros sagrados.
O chamado de João e a crise de autenticidade
Ao conhecer o significado da festa de São João, eu descobri que a pergunta “quem sou eu”, que me trazem todos os dias durante o trabalho biográfico, ecoa nas almas humanas desde a antiga Galileia, remonta a séculos da nossa existência, e continua a ressoar até hoje. Muitos, talvez não todos, convivem com esta pergunta. Em relação aos meses do ano, posso confirmar, por experiência própria, que este chamado individual no mês de junho, ecoa ainda mais forte!
Podemos enxergar a época de João como um divisor de águas,não somente do ano em decurso, mas da biografia individual.Muitos de nós, a esta altura, revisamos as metas projetadas na virada do ano e fazemos um balanço do que conseguimos realizar.
Em toda retrospectiva atua uma lei de desenvolvimento: a consciências e amplia e enxergamos a vida em uma perspectiva evolutiva; passado, presente e futuro. O olhar panorâmico desperta questões adormecidas sobre o propósito da própria existência.As questões, “quem realmente eu sou”; “qual é o sentido da minha vida”estão no âmago das “crises existenciais” que ocorrem durante a trajetória biográfica individual.
Crises existenciais são momentos de incertezas na jornada biográfica,quando questionamos se a nossa vida tem propósito, se agrega valor ao mundo. Embora durante um pico de crise existencial possam aflorar muitos sentimentos emoções, ela é mais abrangente do que uma crise emocional. A crise existencial está relacionada ao desenvolvimento da consciência e abarca tanto a biografa interna quanto a biografia externa.
Ela provoca a sensação de que estamos perdendo o rumo, que as escolhas que fizemos nos trouxeram até então, mas não tem energia para nos levar adiante. Mesmo que a vida esteja nos eixos, que estamos com saúde, recursos, que atingimos metas materiais e profissionais, despertamos, todos os dias, com o sentimento de que aquele modo de vida não serve mais. É a falta de ânimo para seguir vivendo, são as indefinições em relação ao futuro, são os sentimentos de inadequação.
“Às vezes sucede que morramos, de algum modo, espécie diversa de morte, imperfeita e temporária, no próprio decurso da vida. Morremos, morre-se, outra palavra não haverá que defina tal estado. É um obscuro finar-se que não põe termo natural a existência...
O crescimento do espírito exige o baque inteiro do ser, um falecer no meio das trevas; a passagem. Mas o que vem depois, é o renascido, um homem real e novo.Não a todos, talvez assim aconteça. E, mesmo somente a poucos. Para alguns, entretanto a crise se repete, conscientemente, mais de uma vez, ao longo do estágio terreno, exata regularidade...nos demais é aparentemente provocado por um fato externo qualquer, uma grave doença, uma dura perda, o deslocamento para lugar remoto, alguma inapelável condenação ao isolamento”
João Guimarães Rosa – fragmentos de Páramos de Estas Estórias
A “crise de autenticidade”, que ocorre na passagem dos 42 anos, é considerada uma das principais crises existenciais da biografia humana. Autenticidade significa: genuíno, próprio.Depois de ter edificado a estrutura da sua vida chega aquele momento em que o indivíduo questiona tudo.
“É isto o que eu quero para mim? O que tudo isto tem a ver comigo”? Bate aquele desânimo! Nem sempre é preciso ir ao deserto para se sentir no deserto! A vida interna pode se tornar tão árida, tão seca como a experiência de sobrevivência no deserto.
A pessoa se sente desconectada, estagnada. Tem urgência de encontrar uma esfera de atuação na qual possa expressar:
“Quem realmente sou! A quem estou servindo? Qual é o sentido da minha vida”! Todos os dias, convive com o sentimento de que,algo que vive em camadas mais profundos do seu ser,anseia por vir à tona.
A crise de autenticidade repercute no trabalho, na relação de casal, na relação com os filhos, com os sócios, etc. Estamos sempre na iminência de pegar o celular, as chaves do carro, ou, o que quer que seja, e ir embora! Somos facilmente ofendidos porque nos tornamos vulneráveis. Entretanto, permanecemos ocupados com a sustentação desta mesma vida que questionamos, ou preocupados, entendendo o que está se passando comigo: “porque não sinto mais amor”? A sensação geral é de que o chão, que antes nos sustentava, já não parece tão firme. É arenoso, escorregadio.